José Guilherme Henriques dos Santos

Cardiologista

Falecido em 10/05/2020

José...

Filho de portugueses, aprendeu desde cedo que trabalho era um dos pilares da vida. E assim ele a levou. Médico cardiologista dedicado, sempre dava um jeito de encaixar pacientes sem cobrar nada, fazia consultas pelas calçadas e supermercados da vida, bastava alguém enxergá-lo e pedir ajuda, prontamente ele atendia e já falava o que deveria ser feito.

Não houve um pedido de socorro em que não correu para atender. E nunca cobrou nada em troca, às vezes até o agradecimento excessivo o deixava desconfortável. Ele falava que tudo isso fazia parte do trato que havia feito com Deus ao tornar-se médico. Prometeu que ajudaria o máximo de pessoas e o Pará tem centenas de testemunhos que comprovam que o trato foi muito bem cumprido.

José Guilherme Henriques dos Santos

Um brincalhão de primeira, a cada cinco frases, uma tinha que ser uma piada. Era essa a maneira como se apresentava ao mundo, e conquistava o carinho por onde passava. Ok, alguns podem dizer que ele era o tiozão do pavê, mas era o melhor tiozão do pavê que alguém podia conhecer. Não deve existir uma pessoa que entrou em contato com ele e que não tenha ouvido ao menos uma graça ou sido alvo das suas zoeiras! Apelidos também faziam parte do seu infinito arsenal!

Era um amante do futebol e sua memória futebolística era invejável! Falava as datas, os placares, a escalação, tudo, principalmente dos times dele: Paysandu, Flamengo e Palmeiras. Vibrava e se emocionava muito mais pelo Paysandu e jamais perdoava um remista. E para ele, sábado era o dia do futebol, assistia da Premiere League ao sub-13 da Argentina, contanto que pudesse ver a bola rolando, ele tava dentro.

Gostava de música, vez ou outra cantarolava alguma de sua própria autoria (a maioria era zoeira) ao batuque de uma caixa de fósforo, e também de dançar! Não era de sair para isso, mas se a ocasião o permitia, sempre pegava alguém pelo braço e saía dançando.

José Guilherme Henriques dos Santos

Para ele, a família vinha sempre em primeiro lugar, fosse a dele de sangue ou as agregadas que a vida lhe deu. Ele tinha tanta gente que lhe amava, tantos lhe chamando de “tio Zé” que já nem contava mais quantos sobrinhos tinha espalhados por aí! E era o melhor pai que alguém poderia ter, inclusive para os enteados.

Ele perdeu alguns recitais de balé e feiras de ciências dos seus filhos porque a profissão o exigia muito, mas fazia questão de ter todos por por perto o máximo possível! “E enquanto coubemos na mesma rede, lá estávamos nós com ele enrolando os meus cabelos entre os dedos”, lembra a esposa Maria do Socorro.

“A vida vai seguir, ela nunca para. Mas agora eu, toda a família e amigos, vamos seguir faltando uma parte, vão faltar as piadas, as histórias, as gargalhadas que ele arrancava. A vida nova sem ele jamais será a mesma coisa. Mas o amor que ele deu a todos nós ficará para sempre aqui. Agora ele vai virar a história que vamos passar adiante para as novas gerações que, infelizmente, não terão o prazer de conhecê-lo. Vamos amá-lo para sempre”, conclui Maria do Socorro.

*Texto adaptado de uma Homenagem feita pelos filhos, Pérola, Isabela, Arthur, João e Renan e a esposa, Maria do socorro.